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Por que um site?

  • Foto do escritor: Leandro Olimpio
    Leandro Olimpio
  • 11 de mar.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 4 de abr.



Primeiro, por um incômodo. Tenho sido cada vez mais crítico à lógica das redes sociais. Mas sempre achei difícil sair. E sempre com um grande argumento, para mim e para os outros:

"Não dá pra sair porque ali também divulgo meu trabalho". Sim, é verdade. Talvez seja difícil simplesmente virar as costas, deletar nossas contas. Mas não existem formas possíveis de ficarmos menos reféns da Meta e afins? Vale a pena se submeter integralmente, sem a busca de alternativas, à lógica das redes? Um lugar onde a métrica do que merece ser valorizado se sustenta em número de visualizações, curtidas, compartilhamentos? Em "engajamento"? Qual o real impacto de criar perfis para nossos filmes usando como estratégia a velha e ingrata tática de seguir para ser seguido? Quem realmente, naquele espaço, se importa com o que divulgamos e produzimos? Quanta energia e tempo não desperdiçamos nessa jornada? Quantas vezes você já seguiu páginas e deu like por pura gentileza, educação? Se você já passou por isso (eu passei), não é uma conclusão natural a ideia de que estamos reproduzindo uma certa farsa? Estimulando, de maneira frágil e superficial, nosso ego, nossa busca por atenção? Com meu documentário "Nosso panfleto seria assim" tive uma experiência interessante. Após ser selecionado para Tiradentes, enfim tive coragem de passar o chapéu na categoria petroleira e no sindicato, pedindo ajuda para melhorar e garantir aspectos técnicos do filme - correção de cor, som, legendagem, tradução, cartaz, etc. Sindicato e categoria chegaram junto. Ajudaram e viabilizaram esses serviços. Diante disso, senti a necessidade de criar um perfil do filme no Instagram como uma espécie de prestação de contas. Toda seleção, toda exibição, divulgo neste perfil. Numa tentativa de fugir das armadilhas das redes sociais, optei por divulgar a página do filme em meu perfil, informando que todas as notícias referentes ao curta seriam publicadas nesse perfil. E bem, quem quisesse, seguisse lá a página. Quem quisesse. Foi libertador, em alguma medida. O perfil tem pouco mais de 200 seguidores. Algumas postagens têm 10 curtidas, outras 50, raras mais de 100. Números secundários diante do fato mais relevante pra mim: ali, está quem quis estar. Ali, interage com as postagens quem quer interagir. Mas, ainda assim, é uma liberdade parcial. Sabemos o quanto tudo ali está submetido à entidade "algoritmos", que estimula uma corrida insana por cinco segundos de atenção. E aqui entra o site. Além de ser uma forma muito mais eficiente de organizar meus trabalhos, de reunir num só espaço aquilo que julgo relevante, especial, de certa forma me possibilita radicalizar esse desejo de tornar acessível minhas criações a quem efetivamente quer conhecê-las. Bem, esse site é uma tentativa de dar alguns passos nessa direção.



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